segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Nova Iorque para turistas - V



Dia 5 – Sexta-feira, 22/Set/2007

Saímos do hotel uma hora depois do previsto. Temos de ir ao aeroporto buscar um carro que alugámos, para irmos às Cataratas do Niagara. Começamos por apanhar o Metro errado e temos de trocar. Uma hora depois de entrarmos no Metro, estamos de volta à estação onde entrámos, mas desta vez no comboio certo. Que demora mais uma hora a pôr-nos no aeroporto...
De carro voltamos a passar pela zona de onde tínhamos saído. Isto é, ao fim de 3 horas na rua, estamos de volta ao ponto de partida, mas desta vez de carro e a caminho do Canadá.
A passagem pela 1ª portagem é digna de registo!
Não temos dinheiro vivo e só se paga com cash ou com um identificador estilo “ViaVerde”. O Cartão de Crédito, considerado um bem de 1ª necessidade nos E. U. A., ali é visto como uma modernice subversiva dos comunistas...
Os portageiros compadecem-se da nossa ingenuidade e deixam-nos fazer inversão de marcha em plena praça de portagens, para irmos levantar carcanhol a uma caixa MultiBanco.
Seguimos viagem, com mais dinheiro a bordo que o "Fort Knox", não fossem as portagens seguintes serem iguais.
As auto-estradas americanas são uma experiência única. Não são melhores que as nossas em termos de pavimento, traçado ou sinalização. Não têm tantas estações de serviço. Mas são ainda assim mais baratas em termos de portagens. Em compensação, são infinitamente mais chatas de se fazer. O limite máximo de velocidade que encontrámos durante esta viagem de cerca de 1.400 km foi 65 mph – sensivelmente 120 km/h. Cerca de um terço do trajecto é feito em zonas em que o limite de velocidade varia entre as 45 mph (em zonas de obras) e as 55 mph (100 km/h, em números redondos).
Os carros têm transmissão automática – um atrofio para conseguir acelerar e um exagero para gastar gasolina. Mas conduzir com cruise control dá um jeitaço bestial para descansar o pé direito, nestas viagens que nunca mais têm fim à vista.
Com duas paragens rápidas pelo caminho para comer qualquer coisa, demorámos cerca de 11 horas até ao Canadá (para fazer 700 km).
E apanhámos uma multa por excesso de velocidade no caminho. A cerca de 35 milhas do destino, quando seguíamos num grupo de 3 ou 4 condutores inconscientes, circulando todos sensivelmente a 80 mph (140 km/h em medida de gente), apareceu-nos a meio da noite um carro da Polícia, que na melhor tradição hollywoodesca saíu do seu esconderijo estratégico na berma da estrada, para acender as sirenes atrás de nós e nos mandar parar, para nos presentear com um speeeding ticket. Seguíamos à infâme velocidade de 81 mph e tivemos o que merecíamos! Na noite do dia seguinte haveríamos de observar o mesmo modus operandi aplicado a 2 outros incautos condutores, que se atreveram a desafiar os limites de velocidade do do Estado de Nova Iorque...
Não sabemos ainda de quanto será a multa. Deram-nos um questionário para preencher e devolver por correio à Polícia do Estado de Nova Iorque. Depis de devolvido o questionário hão-de nos escrever a dizer de quanto é a multa que temos de pagar. Não sei bem porquê, mas palpita-me que este questionário se vai “extraviar” ainda antes de o enviarmos à Polícia...
Chegamos ao Canadá perto da meia-noite.
O hotel é muito rústico e tem montes de charme. O recepcionista faz lembrar o Benny Hill, com um capacho moreno e uma devoção quase religiosa às Cataratas.
Conseguimos uma ligação irregular à internet sem fios no hotel. Mas chegámos demasiado estafados para escrever fosse o que fosse (este texto só seria escrito no avião, entre Londres e Lisboa).

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