
Eu devia estar contente.
Afinal, contrariamente ao que tudo fazia prever, uma solução de última hora permitiu-me entregar a Declaração do IRS a tempo.
E até tive a felicidade de me poder declarar um dos poucos (?!?!) felizes (?!?!) contemplados com a honra de poder contribuir com mais uma parte dos meus rendimentos para os cofres do Estado, mal a Declaração seja processada, pelo infindável e glorioso staff da administração pública.
Além disso, fiquei a saber que embora ambos façamos parte do mesmo agregado familiar, a Cristina também precisa de ter uma senha para poder submeter a Declaração dela via internet, embora nos englobemos ambos numa única Declaração. Como casal. E possuindo eu A senha. Essa combinação alfanumérica mais difícil e morosa de obter que algumas licenciaturas que por aí circulam...
Por outro lado, descobri ainda que quem aufere rendimentos no estrangeiro, não pode descontar dos impostos que paga cá, por exemplo, as despesas contraídas com saúde e renda de casa no estrangeiro. Embora possa pagar cá os impostos.
Ou que o simulador actualmente disponível não está preparado para simular o resultado dos rendimentos de quem faz Declarações nestas circunstâncias.
Também foi comigo partilhada esta noite, mais informação privilegiada: a senha de acesso ao site das Finanças continua a ser facultada apenas via documento escrito, entregue pelos Correios.
Ou seja, faz-se da mesma forma burocrática e lenta que há 5 anos, quando o serviço de entrega de Declarações de IRS online começou neste rectângulo quase sempre na vanguarda da (des)informação.
Resultado: foi entregue uma Declaração "coxa", que vai ter de ser substituída quando a Cristina tiver a célebre senha.
Com ou sem multa? Ainda resta descobrir...
Mas já nem é sequer a multa que está em causa. É todo este processo para lá de absurdo.
Acolhemos imigrantes aos magotes, mas não sabemos sequer como tratar (também) fiscalmente os nossos que trabalham no estrangeiro.
Mas é verdade que temos uma boa desculpa: este nunca foi um país com taxas de emigração consideráveis, não é?...
Daí que todo este episódio se compreenda, não há propriamente experiência neste tipo de matéria. Ainda é tudo novidade para o nosso sistema fiscal...
Que atestado de incompetência!
«What a crock of shit!» como diria Al Pacino, em "Scent of a Woman"...
Que noite enriquecedora e intelectualmente estimulante! Uma panóplia de revelações desconhecidas para o grande público foram partilhadas comigo hoje.
Convenhamos: ter tido acesso a tanta informação, tão genial, numa só noite, não pode deixar de me fazer sentir parte duma elite!
E sinto-me de facto.
Pertenço ao restrito grupo de cretinos (de destacar a semelhança morfológica com a palavra "crentes" - não pode ser coincidência) que ainda se desiludem com estes requintes do nosso Estado.
Sim, porque os poucos mamíferos bípedes realmente pensantes que por cá coabitam com estas e outras aberrações, já há muito se habituaram a esperar o pior e, como tal, são por esta altura imunes a tanta imbecilidade...
Nem percebo porque é que ando para aqui a destilar veneno... Agora que penso nisso, sou um mal-agradecido, é o que é!
De tal forma me sinto grato pelas alegres surpresas desta noite e arrependido pelas heresias que acima disse, que o meu pensamento para todos quantos (des)governam a nossa administração pública e legislam sobre a matéria dos Impostos e Contribuições Fiscais é agora algo como:
De preferência ainda por descascar e no sentido transversal. A árvore que os vê nascer é opcional neste exercício de estilo.
Para quem concebe e promove burocracia capaz de fazer inveja aos métodos mais subversivos da Gestapo, tal recomendação ainda se confunde com generosidade...
A minha better half tem uma visão muito mais abrangente, com mais discernimento e sensatez de todo este episódio. E até consegue achar partes boas no mesmo.
Já eu deixo-me levar mais pelo drama.
E não consigo deixar de me perguntar: «Vós não tendes por aí, que me possais dispensar, um míssil ou assim», para eu poder largar lá por terras do Parlamento?...
P. S.: Quem nunca tentou descobrir qual é o NIPC da Segurança Social, que foi preciso para esta Declaração, ainda não viveu. Garanto que é de longe mais empolgante que o melhor thriller alguma vez feito ;)
Afinal, contrariamente ao que tudo fazia prever, uma solução de última hora permitiu-me entregar a Declaração do IRS a tempo.
E até tive a felicidade de me poder declarar um dos poucos (?!?!) felizes (?!?!) contemplados com a honra de poder contribuir com mais uma parte dos meus rendimentos para os cofres do Estado, mal a Declaração seja processada, pelo infindável e glorioso staff da administração pública.
Além disso, fiquei a saber que embora ambos façamos parte do mesmo agregado familiar, a Cristina também precisa de ter uma senha para poder submeter a Declaração dela via internet, embora nos englobemos ambos numa única Declaração. Como casal. E possuindo eu A senha. Essa combinação alfanumérica mais difícil e morosa de obter que algumas licenciaturas que por aí circulam...
Por outro lado, descobri ainda que quem aufere rendimentos no estrangeiro, não pode descontar dos impostos que paga cá, por exemplo, as despesas contraídas com saúde e renda de casa no estrangeiro. Embora possa pagar cá os impostos.
Ou que o simulador actualmente disponível não está preparado para simular o resultado dos rendimentos de quem faz Declarações nestas circunstâncias.
Também foi comigo partilhada esta noite, mais informação privilegiada: a senha de acesso ao site das Finanças continua a ser facultada apenas via documento escrito, entregue pelos Correios.
Ou seja, faz-se da mesma forma burocrática e lenta que há 5 anos, quando o serviço de entrega de Declarações de IRS online começou neste rectângulo quase sempre na vanguarda da (des)informação.
Resultado: foi entregue uma Declaração "coxa", que vai ter de ser substituída quando a Cristina tiver a célebre senha.
Com ou sem multa? Ainda resta descobrir...
Mas já nem é sequer a multa que está em causa. É todo este processo para lá de absurdo.
Acolhemos imigrantes aos magotes, mas não sabemos sequer como tratar (também) fiscalmente os nossos que trabalham no estrangeiro.
Mas é verdade que temos uma boa desculpa: este nunca foi um país com taxas de emigração consideráveis, não é?...
Daí que todo este episódio se compreenda, não há propriamente experiência neste tipo de matéria. Ainda é tudo novidade para o nosso sistema fiscal...
Que atestado de incompetência!
«What a crock of shit!» como diria Al Pacino, em "Scent of a Woman"...
Que noite enriquecedora e intelectualmente estimulante! Uma panóplia de revelações desconhecidas para o grande público foram partilhadas comigo hoje.
Convenhamos: ter tido acesso a tanta informação, tão genial, numa só noite, não pode deixar de me fazer sentir parte duma elite!
E sinto-me de facto.
Pertenço ao restrito grupo de cretinos (de destacar a semelhança morfológica com a palavra "crentes" - não pode ser coincidência) que ainda se desiludem com estes requintes do nosso Estado.
Sim, porque os poucos mamíferos bípedes realmente pensantes que por cá coabitam com estas e outras aberrações, já há muito se habituaram a esperar o pior e, como tal, são por esta altura imunes a tanta imbecilidade...
Nem percebo porque é que ando para aqui a destilar veneno... Agora que penso nisso, sou um mal-agradecido, é o que é!
De tal forma me sinto grato pelas alegres surpresas desta noite e arrependido pelas heresias que acima disse, que o meu pensamento para todos quantos (des)governam a nossa administração pública e legislam sobre a matéria dos Impostos e Contribuições Fiscais é agora algo como:
«I want to hold you close
Skin pressed against me tight
Lie still, and close your eyes girl
So lovely, it feels so right
I want to hold you close
Soft breath, beating heart
As I whisper in your ear
I want to fucking tear you apart»
(She Wants Revenge; "Tear you apart")
Em jeito de resumo, a minha sugestão a todos os que produziram, realizaram e trouxeram até nós esta idílica "República das Bananas" é igualmente frutada: ide alargar a uretra com um ananás.Skin pressed against me tight
Lie still, and close your eyes girl
So lovely, it feels so right
I want to hold you close
Soft breath, beating heart
As I whisper in your ear
I want to fucking tear you apart»
(She Wants Revenge; "Tear you apart")
De preferência ainda por descascar e no sentido transversal. A árvore que os vê nascer é opcional neste exercício de estilo.
Para quem concebe e promove burocracia capaz de fazer inveja aos métodos mais subversivos da Gestapo, tal recomendação ainda se confunde com generosidade...
A minha better half tem uma visão muito mais abrangente, com mais discernimento e sensatez de todo este episódio. E até consegue achar partes boas no mesmo.
Já eu deixo-me levar mais pelo drama.
E não consigo deixar de me perguntar: «Vós não tendes por aí, que me possais dispensar, um míssil ou assim», para eu poder largar lá por terras do Parlamento?...
P. S.: Quem nunca tentou descobrir qual é o NIPC da Segurança Social, que foi preciso para esta Declaração, ainda não viveu. Garanto que é de longe mais empolgante que o melhor thriller alguma vez feito ;)
5 comentários:
Amor, um dos teus melhores textos ate hoje, parece que foi feito entre dois ciclos respiratorios.
[bate palmas euforicamente enquanto abana a cabeca ao som de "she wants revenge"]
PS - nao mudei de teclado, ja escreve so um caracter por tecla :( perdeu a piada toda
Amigos:
As senhas têm de ser enviadas por cartas, tal como o mesmo acontece com o PIN do multibanco. Ou quereriam que um hacker começasse a fazer declarações por voceses???
Quanto ao resto, o melhor mesmo é pedir ajuda aos amigos, e ha certas coisas que eu poderia ter ajudado.
O melhor que têm a fazer é rever tudo, e refazer a declaração. Mesmo com multa, o dinheiro que podem ganhar com isso ultrapassa a penalidade.
A maior arma do estado continua a ser o desconhecimento da lei por parte dos contribuintes. Alimenta o nao retorno dos impostos e certos negocios como as contabilidades e auditorias pessoais...
Ah, e poderiam nao ter deixado tudo pra ultima da hora...
Nao facas nada ao Parlamento, e um icone dos meus tempos no ISEG!!! Mas umas balinhas a umas quantas cabecas nao deixa moca no edificio ;)
Se fosse só essa a questão, até era capaz de concordar contigo (embora com algumas reservas - se os próprios bancos arranjam maneira de tornar home banking "seguro", se o processo de entrega das Declarações por internet é considerado "seguro", não deve ser por aí além transcendente arranjar maneira de fornecer uma senha ao cidadão contribuite de forma mais expedita...
Mas com tantos acordos estabelecidos entre o Estado e a Microsoft, para depois andar aí o Estado a promover a implementação de software open source (leia-se gratuito) percebe-se que em termos informáticos andemos, como em tantos outros aspectos, o Estado continua irreversivelmente "a brincar com a tropa"...
E sim, indiscutivelmente, eu poderia ter tentado fazer isto mais cedo.
Mas achas mesmo que teria sido mais simples? Menos absurdo?
Talvez com umas "brocas" e uma músiquinha de Bob Marley em pano de fundo a coisa fosse mais "soft"...
Ah: e a questão das «balinhas na cabeça» passou-me pela mente...
Mas não devem faltar por aí candidatos dispostos a "contribuir" para esse clister... ;)
P. S.: Alguém tem o nº do Lee Harvey Oswald?
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