
Hoje tive uma notícia que me revoltou a sério: pelas 03h00 de ontem, o café aqui da frente foi assaltado.
Estava eu no terraço a essa hora e ouvi algo que se parecia com tiros. Uma vez que não vivemos no "Far West", achei que estava a fazer confusão e que devia ter sido um pneu a rebentar. Ignorei, acendi mais um cigarro e continuei a fazer festas à gata que tinha no colo...
Hoje, quando fui ao café comprar cigarros dei pela falta da máquina de tabaco que costuma estar junto à entrada e perguntei, na brincadeira, ao dono: «Então João, roubaram-te a máquina do tabaco?». A resposta foi: «Sim, esta noite, não sabias, não deste pelos tiros?»...
Mais, para que conste, há poucos dias tinha sido assaltada a papelaria cá do bairro, esta noite foi o café do João, onde vou comprar cigarros quase diariamente e onde alguns de vós já foram comigo jogar snooker ou simplesmente ver a bola.
Mais boas notícias, vindas do João: aparentemente, de 5ª para 6ª Feiras passadas, foram assaltados aqui na urbanização 39 (sim 39) carros, dos quais 6 na nossa rua. Pelo menos é esse o nº de queixas que foram apresentadas na G. N. R. de Palmela, pelo que na realidade até podem ter sido mais. A páginas tantas alguém deu por isso e chamou a G. N. R., que conseguiu apanhar os fs. d. p. que andavam no gamanço uns quantos bairros aqui abaixo e a cena deu origem a tiroteio pela noite dentro...
Ou seja: vivemos na realidade no "Close-by West", embora não pareça.
A questão que me ponho é a seguinte: eu sei que, se tivesse uma arma comigo e que se me tivesse apercebido do assalto ao café do João ou de alguém a assaltar um carro aqui na rua, teria ido, sem pensar 2 vezes, para cima do telhado, com as luzes cá de casa todas apagadas, fazer "tiro ao alvo" às «infelizes vítimas do sistema» que coitadinhos (put@ que os pariu!), não têm (não terão mesmo?!?!?!...) outro remédio a não ser roubar para sobreviver.
O que é certo é que, de acordo com o João, quando os vizinhos resolvem embirrar com o barulho do café, chamam a G. N. R. e a patrulha já tem lá passado 2 ou 3 vezes por noite para ver se está a ser cumprido o horário de funcionamento do café. Curiosamente ou não, apesar dos episódios de assaltos dos carros, da papelaria ou mais recentemente do café do João, ultimamente não tem por cá passado patrulha nenhuma.
Eu sei que por vias menos "lícitas", facilmente se arranja uma arma. Seguindo os trâmites legais, o processo é demorado e pode nem sequer ser bem sucedido. Mas, será que vale a pena seguir a lei, para nos (des)proteger dos chamados "fora-da-lei"?... E sei que lá diz o ditado que «a violência gera violência».
Também sei que é difícil julgar alguém, sem conhecer todas as circunstâncias, mas sem grande dificuldade me vejo a enfiar (pelo menos) um balázio pelos cornos a dentro de um cabrão que eu apanhe a fazer uma filha-da-putice qualquer, mais a mais no bairro onde vivo e onde gostaria de poder continuar a viver despreocupado e quem sabe ver os nossos filhos a crescer. E isso, venha lá quem vier e doa a quem doer, vale muito. Muito mais do que a vida de um qualquer infeliz que decide vir cá perturbar a paz de quem trabalha, cumpre leis, paga impostos e nada fez para merecer tal infortúnio.
1 comentário:
Bem, tendo eu estado aí de 4ª pra 5ª, apraz-me pensar que felizmente que nao me roubaram os lenços ranhosos do carro que ainda sao as posses mais valiosas lá dentro...
De resto concordo que esses verdadeiros terroristas têm de ser aniquilados de qq modo, pois são estes que instauram o verdadeiro terror no dia a dia e nao os palermas dos talibãs.
Os motivos pouco interessam pois se roubar comida para comer ou dar aos filhos é altamente compreensivel, roubar maquinas de tabaco deve ser para sustentar vicios.
É giro (ou melhor não é nada) ver, como bem referes, a passividade das pessoas. Realmente ter uns caramelos a comentar a bola depois do fecho do café é hoje em dia muito mais perigoso que tiros a voar e carros a assaltar...
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