
Ou pelo menos foi dos sítios onde dei as primeiras braçadas.
Numa altura em que não havia "paneleirices" de festivais «South by SouthWest», nem lá iam bandas fazer barulho e arrastar multidões para invadir / vandalizar aquele pedacinho de Costa Alentejana. Quando se lá ia só(?) para comer "perceves" e desfrutar de uma paisagem pouco povoada e curtir a praia pouco disputada.
Fazer castelos de areia, apanhar caranguejos e lapas e torrar ao Sol, na idade em que a água nunca estava demasiado fria para os banhos, não havia medo de apanhar cancros de pele por causa da exposição solar e em que as bandeiras verdes, amarelas e vermelhas eram consideradas uma modernice... Em que tinha de se fazer a digestão pelo menos 4 horas antes de se ir ao banho. E em que os nadadores-salvadores eram coisas de "lisboeta com a mania do progresso"...
Regressei há dias casualmente (na realidade foi em trabalho) à Zambujeira do Mar, talvez 25 anos depois de lá ter passado as férias de infância com os meus pais em vários anos consecutivos.
Vieram-me à cabeça imagens dos primeiros mergulhos nesta "piscina" natural (abrigada entre um porradão de rochedos, qual deles o de aspecto mais maciozinho...), onde o meu pai me incentivava a mergulhar das rochas, na precisa altura em que as ondas entravam por ali, para ter o máximo de profundidade, como se de mergulhos em Acapulco se tratasse (também me veio à cabeça a memória de ter esfolado uma perna num dos muitos pedregulhos que povoam esta praia e das dores do c@r@lho que senti, mas isso agora não vem ao caso...).
É claro que dados os devidos descontos, faz todo o sentido pensar nestes pormenores, que não são assim tão "menores" como tudo isso.
Muita da minha actual maneira de pensar é reflexo da educação que recebi e da influência que os meus pais tiveram na mesma. Para o bem e para o mal...
Infelizmente não lhes dou o devido valor. E é ainda mais claro que será, egoísta e estupidamente, quando eles já não estiverem "online" que irei ter a idade mental adequada para o fazer (f#d@-se, mas quando é que eu finalmente cresço?!?!?!...).
Enquanto ambos são vivos, aqui fica, não para eles mas para quem me acompanha nos meus devaneios virtuais, a devida homenagem à influência que eles tiveram em quem eu sou, com tudo o que isso tem de bom e de mau...
Não que me orgulhe de ser quem sou, mas porque eles merecem todas as homenagens e mais algumas - apesar de eles ainda hoje me darem por completo a volta ao juízo, fruto de vários choques geracionais - pelo simples(?) facto de me terem aturado as primeiras parvoíces e de continuarem (surpreendentemente) dispostos a aturar-me até às últimas (in)consequências.
Gosto muito bué muito mais ainda deles, embora não seja capaz de:
Numa altura em que não havia "paneleirices" de festivais «South by SouthWest», nem lá iam bandas fazer barulho e arrastar multidões para invadir / vandalizar aquele pedacinho de Costa Alentejana. Quando se lá ia só(?) para comer "perceves" e desfrutar de uma paisagem pouco povoada e curtir a praia pouco disputada.
Fazer castelos de areia, apanhar caranguejos e lapas e torrar ao Sol, na idade em que a água nunca estava demasiado fria para os banhos, não havia medo de apanhar cancros de pele por causa da exposição solar e em que as bandeiras verdes, amarelas e vermelhas eram consideradas uma modernice... Em que tinha de se fazer a digestão pelo menos 4 horas antes de se ir ao banho. E em que os nadadores-salvadores eram coisas de "lisboeta com a mania do progresso"...
Regressei há dias casualmente (na realidade foi em trabalho) à Zambujeira do Mar, talvez 25 anos depois de lá ter passado as férias de infância com os meus pais em vários anos consecutivos.
Vieram-me à cabeça imagens dos primeiros mergulhos nesta "piscina" natural (abrigada entre um porradão de rochedos, qual deles o de aspecto mais maciozinho...), onde o meu pai me incentivava a mergulhar das rochas, na precisa altura em que as ondas entravam por ali, para ter o máximo de profundidade, como se de mergulhos em Acapulco se tratasse (também me veio à cabeça a memória de ter esfolado uma perna num dos muitos pedregulhos que povoam esta praia e das dores do c@r@lho que senti, mas isso agora não vem ao caso...).
É claro que dados os devidos descontos, faz todo o sentido pensar nestes pormenores, que não são assim tão "menores" como tudo isso.
Muita da minha actual maneira de pensar é reflexo da educação que recebi e da influência que os meus pais tiveram na mesma. Para o bem e para o mal...
Infelizmente não lhes dou o devido valor. E é ainda mais claro que será, egoísta e estupidamente, quando eles já não estiverem "online" que irei ter a idade mental adequada para o fazer (f#d@-se, mas quando é que eu finalmente cresço?!?!?!...).
Enquanto ambos são vivos, aqui fica, não para eles mas para quem me acompanha nos meus devaneios virtuais, a devida homenagem à influência que eles tiveram em quem eu sou, com tudo o que isso tem de bom e de mau...
Não que me orgulhe de ser quem sou, mas porque eles merecem todas as homenagens e mais algumas - apesar de eles ainda hoje me darem por completo a volta ao juízo, fruto de vários choques geracionais - pelo simples(?) facto de me terem aturado as primeiras parvoíces e de continuarem (surpreendentemente) dispostos a aturar-me até às últimas (in)consequências.
Gosto muito bué muito mais ainda deles, embora não seja capaz de:
- o admitir perante mim mesmo,
- o demonstrar perante everybody else,
- lhes dizer isso mesmo tantas vezes quantas eles o merecem ouvir.
E mais não digo...
Faço questão de voltar a esta praia com a minha Mulher, para lhe dar uma grandessíssima seca enquanto lhe mostro o calhau em que esfolei a perna, o café do Rita (sim, do Rita) que foi uma vez rebocar com a cinzenta e velha carrinha OPEL dele o carro do meu pai lá ao fim da descida, porque no regresso da praia o mais velho ainda, branco e de espírito muito orgulhosamente francês SIMCA achou que não lhe apetecia trabalhar e a estrada em que à 6ª Feira à noite íamos esperar que o meu cunhado chegasse de Lisboa, para passar o fim-de-semana connosco.
Há (muitos) dias em que odeio o meu trabalho.
Há dias em que (quase) o tolero.
Neste dia (29.Fev.2008) fiquei bué contente por o meu (mal-empregado) emprego me ter levado de novo a este autêntico "pedacinho de Céu" em que eu já não pensava há um porradão de anos.
Abençoado seja!
Que a Paz (seja lá o que isso for...) esteja convosco. No final da 6ª Feira passada, enquanto andei a fotografar esta praia, a visitar calhaus e a sentir a temperatura da água, esteve descontraída e alegremente comigo...
Vão lá apreciar aqueles grãos de areia um dia destes. E quando estiverem em uníssono com o Universo, mesmo "a raspar a tinta do poste" do Nirvana embalados pela brisa atlântica, dediquem um pensamento não a mim, que dust to dust hei-de ser, mas aos meus pais, que são a origem destas atabalhoadas sílabas... ;)
1 comentário:
A trip down memory lane...
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