domingo, 30 de setembro de 2007

«Where is my mind?»


Odeio estupidificar com a TV.

Vegetar em frente a jogos de futebol cujo resultado não me agrada, filmes de qualidade no mínimo duvidosa e os restantes programas que me aborrecem.

Contudo, é cada vez mais isso que acontece quando acendo a televisão.

É um facto que distrai. Mas não é menos verdade que o que de positivo se extrai daquele conjunto de componentes electrónicos é cada vez mais raro.

E, por alguma razão que me transcende, dou por mim a dispender cada vez mais tempo em frente da caixa que embruteceu o mundo...

Tenho vontade de apagar a TV e fazer qualquer coisa produtiva.

Mas o marasmo instala-se rapidamente, sobretudo se a Divina Trindade (maço de cigarros, cinzeiro e copo de whisky) estiver mesmo «à mão de semear» e sucumbo aos 24 fotogramas por segundo por uma imensidão de tempo que podia perfeitamente ser passado a fazer algo de útil.

A lista de coisas que tenho para fazer nunca mais acaba. Mas também nunca mais começa, não só por culpa da televisão, mas em grande parte por causa daquele aparelho que se apodera da nossa alma enquanto o Diabo esfrega um olho. Numa perspectiva de «here we are now, entertain us»...

Longe vão os tempos em que não perdia tempo a exercitar-me no controlo remoto e em que era bem mais feliz...

O meu tempo é tão melhor aproveitado quando ponho a "Radar" no on, a TV no off e ligo o computador. Quer dizer, quase sempre...

Hoje, por exemplo, estive de volta do Linux mais um bocado.

Sinceramente, aquilo começa a fazer-me sentir um dinossauro, sem pachorra para "rpm"s e "apt-get"s e uma data de instruções dadas em linha de comando, versus o tão prático e quotidiano "duplo-clique".

Se é suposto aquilo substituir o famigerado Windows (e eu sou o 1º a alinhar numa qualquer Cruzada contra a Microsoft), não seria igualmente suposto ser tão ou mais simples de usar?!?!?!?!?!...

Seja qual for a distribuição ("Fedora", "Ubuntu", "Xubuntu", "Kubuntu", ou "O-Caralhunto-Que-O-Foduntu") tentar instalar ou desinstalar programas, que é das operações mais essenciais para quem usa / configura um computador, facilmente desmotiva qualquer um! Já para não falar da aventura que é instalar hardware que não é automaticamente reconhecido pelo sistema operativo...

Fo**-**!!! Sinto-me um perfeito imbecil, embaraçosamente ultrapassado por uma máquina que de inteligente não tem nada, mas que insiste em levar-me a melhor de cada vez que acho que vou (finalmente) conseguir fazer o que quero.

E o resultado está à vista: mais 3 horas passadas em frente à TV para não pensar mais naquela porra, depois de uma data de tempo de tentativas frustradas...

Eu sei que sou teimoso o suficiente para continuar a marrar com o Linux até conseguir pôr aquela bodega a funcionar em condições, mas também graças à "Caixa de Pandora com circuitos integrados", acho que ainda vai demorar mais do que eu pensava.

Fica aqui o protesto, contra a pouco intuitiva utilização do Linux e a demasiado user friendly utilização do controlo remoto da TV, enquanto chove cats and dogs lá fora e Pixies cá dentro de casa e eu adio a minha inevitável ida para a cama.

Que é como quem diz, enquanto ponho o dia de amanhã, a véspera da sempre trágica Segunda-Feira, on hold... :(

«With your feet on the air and your head on the ground,
try this trick and spin it, yeah!
Your head will collapse and there's nothing in it
and you'll ask yourself:
"Where is my mind?"
"Where is my mind?"
"Wheeeeeere is my mind?"

(...)
Uh-uuuuuh!...»


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